Docente: Doutora Luísa Orvalho
Portefólio da Unidade Curricular
História da Ciência e das Técnicas | 2012/13
A revolução científica dos seculos XVI, XVII e XVIII em Portugal
Autoria: Rui Baptista | Daniel Duarte
Introdução
Dando continuidade ao trabalho apresentando anteriormente, onde os descobrimentos foram tema central, e progredindo na história da ciência...
A influência dos Jesuítas na reforma das ideias Aristotélicas do método escolástico em Portugal.
Os jesuítas foram os precursores de uma estrutura organizada de ensino baseada em colégios e promovendo a circulação dos professores entre colégios não só em Portugal, como também, na Europa.
A análise das teorias geocêntrica de Aristóteles e Ptolomeu, começa a ser contestada em 1610 por Nuncius com a descoberta de satélites próximos de Júpiter mas foram os Jesuítas que confirmaram essas descobertas e outras defendidas por Galileu.
Os jesuítas contribuíram para o fim das ideias Aristotélicas e para a emergência da ciência moderna acente no método experimental.
Alguns investigadores e professores da introdução das novas ideis científicas em Portugal e os instrumentos que permitiram a sua confirmação pelo método científico
Pedro Nunes
Depois de ter estudado em Salamanca, Nunes recebeu o grau de doutor em medicina em 1532, em Lisboa. Foi cosmógrafo real e professor na Universidade em Lisboa. Depois dessa Universidade ter sido transferida para Coimbra, foi, em 1544, nomeado professor nesta cidade, funções que exerceu quase duas décadas.
Simão Rodrigues estabeleceu em Portugal a Companhia Jesuíta (1540). Passados dois anos fundou em Coimbra o Colégio de Jesus.
Em 1548 foi criado em Coimbra também o Colégio das Artes.
O jesuíta Christophorus Clavius, esteve no Colégio das Artes entre 1555 e 1560, que se dedicou à astronomia após observação de um eclipse solar em 1560, desenvolveu obras marcantes e a ele se deve o Calendário Gregoriano, aprovado em 1582 pelo papa Gregório XIII, e adotado por Portugal em 1582.
Clavius confirmou a descoberta dos satélites de Júpiter por Galileu mas não abandonou o geocentrismo.
Critoforo Borri destacou-se no panorama da ciência nacional e enquanto jovem já se entusiasmava pelo heliocentrismo. Descreveu e introduziu em Portugal o telescópio fazendo as primeiras observações astronómicas com ajuda de André de Almada e instrumentos deste, nomeadamente um quadrante, permitindo assim observar a Lua (1627).
O contributo dos Reis Portugueses para o desenvolvimento da(s) ciência(s) e da tecnologia.
D João V apoia a criação do Gabinete de Física Experimental da Casa das Necessidades, a Biblioteca Joanina e a Torre da Universidade de Coimbra. D João V, assiste à exibição mal sucedida da passarola em 1709, construída por um jesuíta do Brasil, sendo esta experiência precursora de outras que se seguiram de ascensão de aeronaves não tripuladas.
O gosto pela ciência desenvolvido por D João V permitiu a criação do Observatório do Colégio de Santo Antão e o do Paço Real em 1723, permitindo a Capassi realizar numerosas observações.
O papel da Universidade de Coimbra no ensino das ciências e divulgação científica moderna.
Coimbra sempre esteve no centro do ensino e como naquele tempo os Jesuítas a caminho do Oriente paravam em Coimbra, sempre foi um centro de divulgação científica com apoio DE todas a mentes brilhantes que por lá passaram. Além disto, como era um centro tão importante, foi-se investido em edifícios e equipamento de forma a melhorar o ensino.
O impacto que teve a expulsão dos jesuítas
A Reforma Pombalina rompe com a tradição de ensino dos jesuítas, criando novas faculdades de filosofia e matemática, privilegiando o experimentalismo em oposição ao ensino que classificou de livresco adotado pelos Colégios.
Marquês de Pombal
Marquês de Pombal, que tinha sido diplomata em Londres e Viena, enquanto 1º Ministro de D. José I, dirigiu a reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755 tendo tomado a reforma do ensino em Portugal como um projeto de modernização.
A reforma Pombalina foi impulsionada principalmente através do matemático José Monteiro da Rocha, Jacob de Castro Sarmento e Bento de Moura Portugal (o Newton Português) e o bispo D. Francisco de Lemos.
Este último assume um papel muito importante na Reforma Pombalina, uma vez que tinha a visão de uma nova escola que promovesse a participação da universidade na vida social e económica do país, melhorasse os conhecimentos e os colocasse ao serviço da indústria e do comércio.
Esta reforma passa pela criação de novas escolas e pela alteração dos planos de estudos onde foram incluídas as línguas clássicas e modernas, a história, a geometria, a física, a astronomia, entre outras ciências.
Em 1779 é criada a Academia de Ciências de Lisboa.
Verifica-se então que houve em Portugal um desenvolvimento significativo das Ciências e que foram os jesuítas os precursores de uma estrutura organizada de ensino baseada em colégios que promovia a circulação dos professores entre colégios não só em Portugal como também na Europa.
A monarquia, em especial D João V, apoia a ciência e envolve-se diretamente no seu desenvolvimento. A construção de equipamentos associada à evolução da ciência, sobretudo da astronomia, encontra sustentação ao longo dos anos quer nos colégios quer na coroa, sendo notável a capacidade de inovar no desenvolvimento de instrumentação para laboratórios de física e química.
A Reforma de Marquês de Pombal, apesar de controversa pela perseguição de ilustres cientistas por desenvolverem estudos e teorias em colisão com as linhas de orientação do pensamento científico da época, marca uma nova era para as ciências.
Perguntas...
- A influência dos Jesuítas na reforma das ideias Aristotélicas do método escolástico em Portugal; Nomeie um Jesuíta cuja influência na revolução científica, na área da astronomia, tenha sido uma referência.
- De que maneira o Rei D. João V contribuiu para o desenvolvimento da (s) ciência (s) e da tecnologia em Portugal?
- Qual o papel da universidade de Coimbra no ensino das ciências e da divulgação científica modernas?